José Maria Pedroto e aqui
Pouca gente soube que o muito saudoso José Maria Pedroto esteve a um pequeno passo de ser treinador do Sporting, quando João Rocha era presidente do clube de Alvalade. Tudo estava acertado, pormenor por pormenor , até à mais ínfima partícula de um documento que vinculava as duas partes, pelo menos durante uma temporada futebolística Porém, no dia em que estava aprazado a assinatura nos papelinhos, Pedroto travou o gesto e subitamente disse para o presidente do Sporting:
"Esqueci-me de lhe lembrar, mas falta aqui uma clausula. Está tudo certo, tanto em relação aos meus prémios, como aos meus vencimentos, o caso do apartamento e do carro às ordens, tudo muito bem, mas o senhor presidente esqueceu-se de que eu lhe tinha dito logo no primeiro encontro: só vou para um clube que dê garantia de contar com os árbitros".
"Como, não percebo?", indagou João Rocha, nessa altura pouco habituado a saber o que era certa fatia da arbitragem, Pedroto meteu a caneta na algibeira, levantou-se e apenas disse:
"Quinze mil são para mim, mas para os árbitros são precisos outros tantos, caso contrário o Sporting só ganha campeonatos lá para o fim do século".
E o contrato acabou por não ser assinado. Pedroto rumou para outra latitude, mais compreensiva.
Neves de Sousa
Não há dúvida nenhuma que o Fóculporto é um clube corrupto, como sabe toda a gente que tenha acesso ao YouTube ou tenha assistido com os olhos abertos a 30 anos de futebol. Mas vocês acham mesmo que um treinador ia dizer: "Eh pá, falta aqui no contrato uma cláusula com o valor que vamos pagar aos árbitros"? Acham mesmo que os vigaristas registam as vigarices em documentos oficiais? Às vezes convinha não fazermos figura de parvos.
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