A narrativa de um embuste
A narrativa é simples e desconcertante na actuação flibusteira das personagens da trapaça.O Benfica, essencialmente por razões estratégicas, decidiu, em boa hora, terminar com uma espécie de oligarquia das transmissões televisivas de futebol em Portugal. Os passos foram simples, legítimos e a contento da esmagadora vontade da gigantesca massa adepta do Glorioso: cumpriu integralmente o contrato de cedência dos direitos televisivos da sua equipa sénior de futebol e, findo esse contrato, optou por não renegociar com o monopolizador dos mesmos, optando por transmitir os jogos no seu próprio canal televisivo, a Benfica TV.
Conjuntamente com essa decisão, o Benfica adquiriu os direitos de transmissão, em Portugal, do jogos do campeonato inglês. Ou seja, legitimamente, sem atropelar a lei, a ética ou a moral, o Benfica terminou com uma posição de monopólio de uma outra entidade dirigida por Joaquim Oliveira, de quem o seu irmão António (e também seu ex-sócio) garante ser um dos principais manipuladores da grande teia de influências que minam o futebol português.
A resposta veio à sorrelfa e numa espécie de esquema engendrado com base na “chico-espertice” de quem confunde a geometria, confundido a tangente com a secante da circunferência. Ou seja, garantir que as duas principais plataformas de difusão televisiva (Zon e Meo) não poderão apresentar canais com conteúdos que concorram com os do canal do Sr. Oliveira é muito mais do que um mero contorno da lei. É um atropelo dos valores, da moral, da ética e da justiça que estão (ou deveriam estar) subjacentes à elaboração de qualquer lei. É, enfim, um esquema ardiloso que deveria envergonhar os cidadãos e as empresas que o patrocinaram.Em suma, estamos perante mais uma luta que temos de travar, contra os mesmos de sempre e em nome dos valores que sempre nos nortearam._____Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 25 de Junho, e publicado na edição de 28/06/2013 do jornal "O Benfica".
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