“Em geral, injetavam Pervitin no músculo. De imediato, a
pulsação ficava acelerada, o corpo superquente, com alongamento máximo dos
músculos. Podia-se levantar totalmente a perna, a gente virava bailarina...
Isso realmente melhorava o desempenho, o jogador não desistia em nenhuma bola.
Cansaço? Esquece... se fosse preciso, dava para jogar três partidas seguidas.”
“Era uma coisa oficial: do treinador ao presidente do clube,
todo mundo sabia.”
“O clube não deixava a gente ir pra casa depois do jogo.
Ficávamos concentrados e dormíamos no hotel. No dia seguinte, fazíamos sauna de
manhã e dávamos uma corridinha ao redor do campo. Só depois disso nos
dispensavam.”
“Estava sempre à nossa disposição, mas, nos jogos
importantes, parecia obrigatório. Tomar ou não tomar poderia definir a
escalação, pelo menos essa era a sensação geral.”
“Além de ser moralmente condenável, aquilo não me trouxe
qualquer benefício, muito pelo contrário. Em um daqueles jogos, eu me machuquei
e permaneci no campo por mais algum tempo, porque a droga mascarava a dor.
Poderia ter agravado seriamente a lesão. Eu era jovem, não necessitava de
aditivos para render bem fisicamente e ainda me expus a riscos desnecessários.”
Excerto do livro de "Casagrande e os seus
demónios", página 99, trazido à Gloriosasfera pelo enorme Pedro Simões!
Via Benfiliado
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