sexta-feira, 1 de abril de 2011

Os corajosos jornalistas desportivos

Terror no complexo 
ADEPTOS IMPEDIRAM IMPRENSA DE ENTRAR 
João Martins, diretor geral vimaranense, procurou demover os simpatizantes de vedar a entrada aos jornalistas, mas o diálogo curto que estabeleceu com os elementos não surtiu efeitos e levou o dirigente a assumir que não se responsabilizava pela integridade física dos diversos membros da comunicação social.
Em relação a esta notícia apenas quero deixar uma pergunta no ar:

Porque quando são ameaçados noutro campo e até noutras circunstâncias pelos corruptos não se queixam e não escrevem sobre isso?

Apenas corajosos, quando lhes convêm, ou quando ameaça é menor.

Apresento-me: tenho, além de outras coisas, 40 anos de jornalismo desportivo em cima, muitos dos quais dedicados a assuntos que extravasaram em muito a reles e entediante análise futebolística a que estamos habituados. Fui aprendiz de feiticeiros, chefe de uns, subalterno de outros, assisti a muita coisa, vi, cheirei, repudiei muita outra e, nos juízos finais, quis sempre poder dizer mais do que me deixaram.(...)
(...)Por razões puramente profissionais, não pude nunca apontar directamente o dedo àqueles que mancharam - e mancham - a verdade e a justiça do futebol em Portugal. Sofri ameaças, promessas de despedimento, insultos e fui passando pelo jornalismo desportivo como pude, procurando ser fiel aos meus princípios e à conduta profissional que sempre respeitei e quis cumprir. Mas nem sempre pude. Por razões que se prendem com factos tão simples quanto os de querer chegar ao final do dia e poder alimentar-me, alimentar os meus filhos e não acabar a boiar num rio qualquer. Sim, é assim perigoso, desafiar as leis do polvo futeboleiro português.

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