segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Comentário que passa a post: Isenção do Benfica de 1,8 milhões a explicação

Caro Perfeito. Peço desculpa mas objectivamente e no contexto (ou descontexto) que lhe querem dar são exactamente a mesma coisa.

Podemos ser criativos e pensar que não existem motivações outras por detrás desta decisão que não as que defendam o erário publico, mas não é por aí que se justifica ou contextualiza isto.

O Benfica tinha direito a esta isenção? Tinha. E será muito fácil de o justificar quando comparamos o carácter social da Fundação Benfica com o carácter puramente propagandista que tem as Fundações de outros clubes.

Mas o facto é que se pretendem deslocalizar serviços de dentro do estádio da luz para um novo edifício que irá albergar em grande parte toda a estrutura administrativa e de gestão do grupo Benfica e sendo assim as motivações para uma isenção desta natureza também não são só as que emanam de uma mão cheia de ideias pérfidas que germinaram logo numa miríade de cabeças mal intencionadas.

Voltamos à velha questão da mulher de César... O Benfica podia pedir esta isenção mesmo sabendo que o objecto da mesma poderia não ter na sua totalidade enquadramento legal para poder beneficiar dela. O próprio vereador ou responsável admite que o objecto da isenção não é na totalidade admissível, mas fez a proposta na mesma considerando as contrapartidas imediatas e futuras para a cidade e ela passou politicamente. Isto, convenhamos deixaria muita gente desconfortável ou receosa de tomar a decisão por ser fácil prever o impacto que teria na opinião pública. Especialmente agora nestes tempos que atravessamos.

A decisão sendo política compromete o Benfica? Não. Muitos outros clubes já fizeram outros negócios com as câmaras municipais e obtiveram benesses muito maiores derivadas de isenções, benefícios fiscais, cedências de terrenos, permutas, etc etc etc... E sem se comprometerem a contrapartidas de maior.

E neste aspecto o Benfica tem sido sempre muito claro e honesto nos negócios com as câmaras oferecendo contrapartidas a curto médio e longo prazo muito superiores às que acaba por receber.

Em tempos de crise dizem alguns que não se deviam tomar decisões deste tipo... Pois eu digo exactamente o contrário. É nestas alturas que é necessário dinamizar, apoiar e até incentivar quem tem possibilidades de fazer investimento. Houvesse coragem dos nossos governantes em dar a mão às empresas que realmente geram valor (ou tem potencial para tal mediante a devida reestruturação) para o país e estaríamos concerteza sempre um passo à frente da crise...

E já nem falo da construção e da criação de postos de trabalho que um edifício desta natureza poderá acarretar.

Atenção que o Benfica pediu esta isenção mediante a apresentação de um projecto concreto de iniciativa própria. Ou seja, não esperou que fosse o estado ou o dinheiro público a projectar e construir para depois usufruir da natureza mecenática de alguns dos nossos dirigentes políticos para daí obter vantagens que lhe permitam alicercar sucessos em bases de concorrência desleal.

Pensem nisto antes de discordar... 

Comentário do grande Benfiquista nunomaf do blog O Belo Voar da Águia

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