«Ao longo da carreira encontrei vários tipos de adeptos. Dos fanáticos de Sevilha, aos low profile do Mónaco. Mas como também já referi, não encontrei nenhuns com a genuína paixão dos benfiquistas. É quase inexplicável. Sente-se olhando fundo nos olhos das pessoas. Sente-se nas manifestações espontâneas nas ruas, nos restaurantes, no estádio. Sente-se nas cartas que recebemos (...).
Quem já passou pelas mesmas situações - em países diferentes, com clubes diferentes e adeptos diferentes - sabe distinguir claramente os sentimentos. Aqui é distinto. Garanto!.
O Benfica é um clube muito especial. Não digo isto para ser politicamente correcto ou conquistar o coração de quem quer que seja. Aliás, antes de vir para Portugal, posso confessar que desconhecia em absoluto esta grandeza.
O Benfica foi-me conquistando e convencendo com factos. É daqueles clubes que te surpreende dia após dia.
Quando conto isto a alguns colegas de outros clubes eles estranham. Como é que alguém que passou pelo Real Madrid ou Barcelona se pode surpreender? A explicação é simples. O Real ou o Barça são como teatros gigantescos e nós, os jogadores, somos os actores principais de uma grandiosa encenação. No Benfica é outra coisa, mais ligada ao sentimento, ao povo, à paixão. Vem das raízes, é genuíno.
Os adeptos conseguem transmitir-nos exactamente o que lhes vai na alma. Sentimos essa força na pele. (...)
Cheguei a dizer ao Jorge Jesus: "Mister, isto nem no Madrid!"
O mesmo já tinha acontecido no estágio da Suiça. No meio das montanhas, num local quem nem vem no mapa, havia centenas de benfiquistas a apoiar-nos. Após o primeiro treino liguei à minha mãe e disse: "Mãezita, este clube é impressionante!"»
"Saviola"
Retirado do blog: O Banco de Mexicana
isso é do livro do Saviola de há 2 anos, quando fomos campeões. Tenho o livro e está deveras interessante.
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