Mística

Ontem a nossa Mística foi atacada e é isso que nos custa tanto engolir. Ontem sabíamos que em cima da mesa estava a nossa Mística, o nosso orgulho, a nossa honra.

Claro que não morreu e nunca morrerá, pois os benfiquistas nunca deixaram que isso aconteça e isso nunca estará em causa.

Mas ontem saímos bastante feridos e a imagem mais evidente disso foi ver Fábio Coentrão no fim do jogo com uma raiva e uma tristeza que nem do campo queria sair, queria continuar a lutar (só de estar a escrever isto estou arrepiado) e nós também queríamos continuar a lutar, até à morte.

Ontem deparámo-nos com está situação, jogadores (Fábio, Luisão, Saviola) que transpiravam a Mística e desistir não está no seu dicionário e jogadores (Gaitan, Salvio, Jara, Sidnei, Airton) que nitidamente não sabem o que isso é e o que significa. Não estou a criticar os jogadores em si, mas sim a falta de Mística que lhes falta e isso não é obrigatoriamente culpa deles, aliás quase culpa nenhuma têm, mas sim de quem tem obrigação de a transmitir.

Ontem vimos que falta a cultura da Mística no nosso plantel e isso tem de ser rapidamente tratado, os jogadores têm de perceber que têm de deixar tudo em campo e há jogos mais especiais que outros, pois não está só a vitória em causa, mas sim uma história. Este plantel já provou que não baixa os braços e até já deu voltas ao resultado com muita garra e ambição, mas quando é apenas a vitória que está em causa, quando há um objectivo desportivo, mas tem de ter mais que isso, pois o Benfica é mais que isso e há jogos que em jogo está mais qua a simples vitória.

Voltando ao Fábio, sei que será difícil segurar este jogador, devido ao actual mundo do futebol, mas o que está à espera o nosso Presidente de renovar com ele e aumentar assim a cláusula? Se for tem de ir muito bem pago, se não for é um jogador que fica no Benfica para sempre e já provou muitas vezes que nunca se irá encostar à sombra da bananeira, pois nas veias corre a Mística e isso não deixa desistir, não deixa que o Benfica seja atacado sem luta, eu sei disso porque nas minhas veias corre a Mística.

A Mística não tem preço.